domingo, setembro 19, 2004

entropecida nos segredos da voz do mar




bebo o silêncio
saboreio o vento,

sacio a fome com a saudade
respiro o mel da fruta

a ausência é uma forma de vida,
baloiço em palavras

em gestos e vozes
com o mar me perfumo

de flores construo um mundo
onde combato o terror e o medo.

atravesso a noite cinzenta,
como um barco sem rumo

exausta sucumbo lentamente
em imagens desfocadas

entro dentro dos sonhos
onde o amor se revela
em movimentos belos e luminosos

perco-me no sono, perto de um coração
que não consegue tocar-me.

extingo-me nas memórias do tempo
ao longo da costa verde e espessa,
tocada por águas translúcidas

é tarde,
diluí-me no sulco da maré


onda

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...